Terra Circular Plana e Geocentrismo

Geocentrismo e a teoria da Terra Circular Plana são a mesma coisa? Confesso que no início do meu aprendizado sobre o tema eu até acabei nomeando de Geocentrismo a Terra Circular Plana e até corrigi um artigo onde usei essa expressão nos textos; mas depois de aprender sobre as diferenças, vi que apesar de se assemelharem muito em alguns pontos, na verdade Geocentrismo não é ainda a forma como a Terra Circular Plana funciona. Dei uma pesquisada sobre o assunto para trazer para os leitores do Verdade Urgente essas diferenças pois é preciso tomar cuidado de não cair em confusão e defender inconscientemente o Geocentrismo. Não será necessário tratar aqui do surgimento do conceito Terra Circular Plana, já que já publiquei um artigo sobre isso comentando que essa noção ou crença nesse modelo vem de muito mais longe que ambas as teorias e remete aos tempos do princípio da humanidade, passando pelos povos antigos. Então focarei apenas nas informações sobre o Geocentrismo.

Teoria do Geocentrismo
Assim pensava Cláudio Ptolomeu a respeito de como seria a Terra e o universo. Imagem: KikaCastro


História do Geocentrismo

Apesar de ser a teoria mais antiga surgida, juntamente com o Heliocentrismo, essa teoria chegou a disputar terreno com a outra; mas o Heliocentrismo acabou ganhando forças e vencendo ao longo dos séculos. Na Antiguidade era raro quem discordasse dessa visão; e entre os filósofos que defendiam esta teoria, o mais conhecido era Aristóteles. Seu criador a princípio foi Cláudio Ptolomeu. A teoria Geocêntrica, também chamada de sistema ptolomaico, foi elaborada pelo matemático e astrônomo grego Claudio Ptolomeu no início da Era Cristã, defendida em seu livro intitulado Almagesto. Conforme essa teoria, a Terra está no centro do Sistema Solar, e os demais astros orbitam ao redor dela. Os astros estariam fixados sobre esferas concêntricas e girariam com velocidades distintas. Ptolomeu afirmava que o Sol, a Lua e os planetas giravam entorno da Terra na seguinte ordem: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. O Geocentrismo foi defendido pela Igreja Católica, pois apresentava aspectos de passagens bíblicas. No entanto, após 14 séculos, a teoria Geocêntrica foi contestada por Nicolau Copérnico, que elaborou uma outra estrutura do Sistema Solar, o Heliocentrismo procedente de Aristarco de Samos.

Os filósofos da Grécia Antiga haviam percebido que, embora o mundo fosse formado por objetos dos mais distintos, havia algo em comum na matéria que os compunha. Dessa forma, por exemplo, uma árvore e uma tábua, se fossem divididas diversas vezes até se obter uma parte diminuta, resultaria em uma mesma matéria. O mesmo ocorria, por exemplo entre espada e corrente. Desta forma, começa a surgir a teoria atômica, que afirmava que tudo o que havia na natureza, se dividido na menor parte possível, chegaria a uma matéria primordial da qual tudo o que existia era feito. Tal matéria recebia o nome de "indivisível" ou átomo (do grego a = não, tomo = divisão). Começou então uma corrida para descobrir que material era esse tal átomo. A discussão chegou a propôr algumas soluções. Por exemplo a água, pois da água se faz ar (vapor de água) se faz blocos sólidos (gelo), etc. Mas da água seria impossível criar, por exemplo fogo. Outra corrente propunha que o átomo ou elementos primordial fosse o ar, pois ele poderia ser condensado formando água (não diferiam vapor de água de ar) e poderia ser "transformado" em fogo (uma vez que se tirassem o ar do fogo ele apagaria, desconheciam, obviamente o princípio comburente do oxigênio, que seria descoberto mais de mil anos depois).



O fato é que um filósofo grego de nome Empédocles, de Agrigento propôs uma solução diferente, onde havia quatro elementos primordiais, e não somente um. Esses quatro elementos seriam: terra, água, ar e fogo. Eles nunca se misturavam com o seu oposto (terra - ar) (fogo - água) mas poderiam misturar-se entre si, como água e terra formava argila, que formaria tijolos, e assim por diante. Ou água e ar formavam "nuvem" que formava os raios, etc. Esse sistema acaba sendo ampliado por outros filósofos como Euclides, de Alexandria, que propõe que os quatro elementos tenderiam, pela natureza a se agrupar em esferas. Desta forma a esfera mais pesada ficaria no centro, uma esfera de terra. Após essa uma esfera de água a envolvendo, uma esfera de ar envolvendo essa e por fim uma esfera de fogo envolvendo as demais. A esfera de terra no centro é o nosso planeta (de onde sabiam que a terra era redonda), a esfera de água os oceanos e mares, a esfera de ar a nossa atmosfera, e por fim a esfera de fogo teria se transformado em um grande bloco de fogo de um lado, o sol, e um bloco pequeno com vários pontos de fogo do outro: A lua e as estrelas. Esse círculo de fogo (estrelas e sol) girariam em torno dos outros círculos, a Terra.

O Erro do Geocentrismo

Havia apenas sete pequenos problemas nesse sistema, e eles é que permitiram que o sistema geocêntrico fosse desacreditado. Sete "estrelas" não giravam na mesma velocidade das demais, e por isso foram chamadas de "andarilhos" ou planetas. Os sete planetas (astros errantes), na ordem de distância à Terra, eram: a Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Eles tinham, na tradição grega, nomes associados aos principais deuses. Abaixo vê-se uma lista onde há, na primeira coluna, o nome em português (este derivado do correspondente nome em latim), e na segunda o correspondente nome em grego. Na terceira coluna há uma explicação sobre a deidade homenageada.

  • Terra - Gaia - Deusa primordial da Terra
  • Lua - Selene - Irmã gêmea do deus Hélios, o Sol. É também associada à deusa Ártemis.
  • Mercúrio - Hermes - mensageiro dos deuses (é o planeta com movimento mais rápido no céu)
  • Vênus - Afrodite - deusa do amor e da beleza (é o mais luminoso, portanto o mais bonito no céu)
  • Marte - Ares - deus da guerra e da tragédia (é o mais vermelho)
  • Júpiter - Zeus - soberano dos deuses. Pai de Ares, Hermes e Afrodite (é o maior)
  • Saturno - Cronos - titã do tempo e pai de Zeus (é o planeta com movimento mais lento)

Ptolemeu, filósofo alexandrino que viveu entre os anos 90 d.C. e 168 d.C., lançando mão de epiciclos e deferentes, foi o primeiro astrônomo a estabelecer um modelo geocêntrico com precisão razoavelmente acurada a fim de descrever os movimentos dos planetas no firmamento conforme inferidos a partir da Terra, contudo seu modelo ainda carecia de um ponto fundamental: a causa física para tais movimentos. À parte seus defeitos, o modelo de Ptolomeu foi prontamente assimilado e difundido pelas sociedades da Idade Média. Esse sistema se mostrou muito favorável a teologia da Igreja Católica e, por isso mesmo, ele sobreviveu praticamente intacto por treze séculos. O geocentrismo só veio a ser efetivamente contestado a partir do julgamento do astrônomo e físico italiano Galileu Galilei, já no século XVII. E de fato, foi apenas no século XVIII que o heliocentrismo veio a substituir essa teoria. Ainda assim o Heliocentrismo ainda se diferenciava muito pouco do Geocentrismo em suas observações e conclusões.




O Geocentrismo Hoje

Hoje o modelo Ptolemaico não encontra lugar hoje no meio científico a não ser nos livros de história da ciência. Contudo, embora em desuso, o modelo de Ptolomeu, em termos de descrição empírica, é razoavelmente condizente com o que de fato se observa quando se está em um referencial atrelado à Terra - o referencial naturalmente assumido pelo senso comum (o que justificava à época o sucesso do modelo). Uma inspeção do sistema solar a partir do polo norte do sistema, com a terra mantida fixa ao centro, demonstra ao menos visualmente a compatibilidade entre o modelo de Ptolomeu e a realidade das trajetórias geocêntricas dos planetas. Centrando-se a terra, os planetas de fato se movem em trajetórias em muito compatíveis com as imaginadas por Ptolemeu há dois milênios atrás, e nesses termos, embora o seu modelo tenha sido descartado para fins científicos, o mérito de Ptelomeu ao desvendá-las certamente não pode ser descartado.

Considerações e Conclusão

Como pode ver, o Geocentrismo tem muitas características que se assemelham a Terra Circular Plana como o fato da Terra estar parada e as observações de que os astros que giram. Mas a grande diferença está justamente no fato de o Geocentrismo admite que o mundo é uma esfera como o heliocentrismo e aí está a divergência quanto a Terra Circular Plana que (segundo as Escrituras) não é uma esfera conforme desenha o heliocentrismo e o geocentrismo. No modo mais simples de descrição, a terra esta dentro de uma espécie de bolha (firmamento) em meio as águas onde o universo fica acima com todos os astros, incluindo sol, lua e estrelas. Existem muitos estudos, provas que alinhados a descrição bíblica de Gênesis e outros livros nos dão realmente um vislumbre de que a Terra é dessa forma como acabei de descrever. Para concluir, não seria correto atribuir à Terra Circular Plana a categorização de Geocentrismo. No demais, se inscreva para receber novos artigos e não deixe de conhecer nosso canal no YouTube (Verdade Urgente) e de comentar sobre o tema em questão. Deus abençoe a todos! 

Fontes:
Brasil Escola - Geocentrismo e Heliocentrismo
Wikipedia - Geocentrismo


Ricardo F.S

Escritor no Blogger desde 2009. Adorador do Cristo Vivo. Artista por Natureza. Músico Autodidata. Teólogo Apologeta Zeloso capacitado pela EBD, CETADEB e EETAD. Homem Falho, Apreciador de Conhecimentos Úteis e de Vida Simples e Modesta. 😁

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