A Trindade no Evangelho de João

O "Evangelho da Trindade" é apenas um título peculiar que, entre irmãos e teólogos, eu costumo intitular o Evangelho segundo escreveu o apóstolo João. Pois, após ler por diversas vezes esse livro e tantos textos seletos, eu puder perceber de forma profunda, como a divindade foi manifesta por Cristo em todas as suas conversas e ensinamentos. Mas principalmente no tocante ao Espírito Santo de Deus que nos foi enviado. Há uma interação interessante das três pessoas em tudo que Cristo fala e revela que haveria de acontecer nesse sentido! Depois de muito tempo, resolvi falar sobre isso aqui e trazer em detalhes todos os textos que me fascinaram e mostraram verdades que antes demorei para compreender. Este artigo servirá para enriquecer seus conhecimentos, refutar heresias modernas sobre a Trindade e como eu, te deixar maravilhado. E para antecipar uma introdução necessária ao Evangelho de João, basicamente ele escreve a gentios e tenta demonstrar a eles a divindade de Cristo, além de essencialmente toda sua obra e projeto de salvação. Resolvi começar pelo Evangelho de João, por ser o mais revelador e impactante de todos os livros e a partir daqui, posso expor os demais livros de forma mais tranquila, sem que os leitores possam ficar confusos. 

O Pai não é o Espírito, o Espírito não é o Filho, o Filho não é o Pai. Todos são DEUS.
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A Trindade no Evagenlho de João

Preciso esclarecer antes de tudo que nem vou colocar aqui todos os textos contendo a palavra "Deus" que do grego "theos" que expressa sem rodeios a Trindade Divina. Se fosse listar aqui todos eles, o artigo seria imenso! Então, focarei apenas nas três pessoas, a qual é o essencial neste estudo no Evangelho, segundo escreveu o apóstolo João. Logo nos primeiros versículos de sua versão do Evangelho, temos profundas revelações sobre a eternidade do Filho juntamente com Deus (theos), sendo e criando tudo como está relatado em Gênesis. Tanto já temos aqui a Trindade revelada em "Deus", quanto nas demais afirmações dele. João usa a expressão "Verbo" para compreensão melhor dos ouvintes gregos da época. Ele vai além e revela que não somente ele criou, mas sustenta tudo pelo seu poder e nada viria a existência se não fosse pelo ato da criação divina! Aqui é destruída toda fé em uma "nada" que formou tudo exponencialmente! João ainda traz uma revelação profunda de que ele encarnou por vontade própria e habitou entre os homens e a glória de Deus podia se perceber nele. Aqui temos a revelação bombástica de origem do Filho que desceu de Deus, do trono e dos céus para se fazer homem e andar sobre o mundo que ele mesmo criou! Ele criou o primeiro homem e agora nasceu como um humano! 

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez." Jo 1.1–3.

"O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu." Jo 1.10.

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai." Jo 1.14.

João também revela que nenhum homem jamais viu a Deus em toda sua forma e essência real, mas o "Deus unigênito" sim! O mais profundo recai sobre "unigênito" ir além de apenas destacar que, como homem, foi o único Filho criado dessa forma. Esse termo, no original, deixa claro que Cristo tem a mesma essência de Deus! E "Deus" aqui, em ambas as palavras, remetem à Trindade Divina no Novo Testamento! Eu não sei como tais seitas conseguem distorcer revelações tão inquietantes como estas! João estava literalmente descrevendo que o Filho, gerado da mesma essência singular divina, conhecia a Deus perfeitamente e o revelou a nós! João conclui esse versículo, deixando claro que naqueles dias, ele já se encontrava no "seio do Pai". Se referindo a essa intimidade que só ele tinha antes de se fazer homem e estar entre nós. O próprio Senhor Jesus revelou sua origem por diversas vezes de que via o Pai, porque veio de Deus e isso não diz somente sobre ter vindo dos céus enviado por ele, mas de vir de sua essência! Sensacional! Já temos aqui, o Filho e o Pai interagindo logo de cara.

"Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou." Jo 1.18.

 

"Não que alguém tenha visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto." Jo 6.46.

João, o batista, testifica da pessoa de Cristo, como sendo o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e também que ele é o Filho de Deus. Mas antes disso, ele cumpria sua missão de preparar o coração do povo pelo arrependimento dos pecados e batismo nas águas. Ele ainda mal sabia quem seria o Messias, até que dentre os que ali estavam para serem batizados por ele, apareceu o Cristo! Aqui temos revelações profundas da parte dele para os nossos corações. Ele fala sobre o Pai que o enviou a batizar e deu a dica de como identificar o Messias; viu a pessoa dele diante dos seus olhos creu que era o Filho de Deus; viu a pessoa do Espírito Santo descendo sobre ele em forma de uma pomba. Aqui já se manifesta novamente a Trindade Santa. 

"E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo. Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.Jo 1.32–34.

"Filho" é um dos nomes pelos quais, o Cristo é chamado. Assim como Anjo do Senhor, Filho do Homem entre outros. Indica sua filiação e íntimo parentesco com seu povo de Israel e também a humanidade. Ele teria que ser um homem, para nos levantar da queda de Adão e também judeu para cumprir todas as promessas feitas a este povo, como também, teria que ser da linhagem de Davi para ser o Rei prometido por Deus desde muito tempo. Como Deus é sábio! O que me chama a atenção no Evangelho segundo João é a forma como Natanael, começou duvidoso e acabou crendo de forma profunda que Jesus era Mestre, o Filho de Deus e o Rei de Israel. Notoriamente, haviam judeus cientes de todas essas promessas de Deus e quando alguém atribuía tais títulos ao Senhor Jesus, não eram meramente títulos, mas todo reconhecimento de sua divindade! Natanael creu espantado e fez tais confissões de fé, porque ele revelou que o viu debaixo da figueira! Um fato simples que só ele sabia! 

"Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! Ao que Jesus lhe respondeu: Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores coisas do que estas verás. E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem" Jo 1.48–51.

Numa conversa com Nicodemos, um dos mestres em Israel naqueles dias, Cristo fala sobre a obra do novo nascimento, operada pelo Espírito Santo. Ele descreve que quem assim é nascido novamente, caminha e age conforme a vontade de Deus e é espiritual. E todo o que nasce assim novamente, não é compreendido pelos carnais e descrentes. Imagine um grande mestre em Israel que não sabia tais mistérios profundos de Deus. Mas aqui temos o Filho falando da obra do Espírito Santo. O Espírito Santo é quem opera essa obra maravilhosa na vida dos homens. No tocante ao nascer da água, fala do arrependimento e confissão pública diante dos homens e é um ato voluntário humano, mas nascer de novo é obra de Deus. 

"Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito." Jo 3.4–8.

Existem diversos textos no Novo Testamento que deixam claro, não somente a divindade de Cristo, como também seus atributos. No mesmo Evangelho segundo João, temos o Mestre falando sobre si mesmo na terceira pessoa e falando sobre subir e descer do céu. Antes de concluir, todas as vezes que ele fala na terceira pessoa, faz menção a sua humanidade ou divindade, mas geralmente à sua humanidade. Já que ele era 100% humano e 100% divino e tinha ciência disso. Ele fala algo profundo sobre quem, unicamente subiu e desceu do céu, que era ele mesmo. Ele fala sobre subir, descer e estar presente no céu, de um modo bem revelador. É como se ele falasse dessa sua capacidade de poder subir ao céu, descer de lá quando bem entendesse, com fez por diversas vezes. Porém, o peso da revelação, recai sobre o fato de ele estar falando isso na terra, diante de Nicodemos e alega estar no céu! Como assim? Essa é uma pergunta retórica. Já que nós que cremos na Trindade, sabemos que ele, como Deus, poderia tanto estar humanamente encarnado ali cumprindo essa missão, como também no céu ao mesmo tempo. Alguma objeção? Só comentar. 

"Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do Homem [que está no céu]." Jo 3.13.

Quando Cristo se denomina "Filho unigênito de Deus"  ele está expressamente dizendo: "Sou Deus tal como Deus é." Exatamente isso! "Filho" porque foi gerado humanamente e "unigênito" porque não existe ninguém como ele, semelhante a Deus. Fala da relação íntima do Filho com o Pai. E não pense somente na relação de um filho para com seu pai, pois estamos falando de Deus! O Filho, traz em si, a essência divina e não somente foi gerado aqui milagrosamente, mas também revelou o tempo todo que veio do céu, desceu do céu e foi enviado a nós. A expressão aqui é mais do que um parentesco carnal entre um filho legítimo e um pai, é íntima relação com a Trindade! 

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus." Jo 3.16–18.

João falando de Cristo, traz um peso de glória tamanho sobre quem ele era, aborando não somente sua missão cheia de milagres e ensinamentos profundos, mas também sua origem divina e eterna. Ele fala sobre a grandeza do Filho que vindo das alturas do céu, está sobre todos e vindo de lá, contou tudo que recebera de Deus para quem o ouviu. Quem o ouve e crê nele, tem vida em si mesmo, porém, quem resiste e não crê, permanece sob condenação. Ele cita o Espírito Santo que no tocante ao Filho de Deus, não foi dado por medida. Note que o Espírito Santo está presente em todo ministério e vida do Filho. 

"Quem vem das alturas certamente está acima de todos; quem vem da terra é terreno e fala da terra; quem veio do céu está acima de todos e testifica o que tem visto e ouvido; contudo, ninguém aceita o seu testemunho. Quem, todavia, lhe aceita o testemunho, por sua vez, certifica que Deus é verdadeiro.  Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida. O Pai ama ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos. Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus." Jo 3.31–36.

Outra revelação impactante que João faz no seu relato é de que os judeus compreendiam que todas às vezes que Cristo usava a expressão "meu Pai", ele se igualava a Deus e isso era inadmissível para eles que mal citavam o nome sagrado de Deus! Se isso fosse algo banal como a maioria dos descrentes cita como sendo filhos de Deus, não faria sentido o que João escreveu. Cristo literalmente estava em conexão e harmonia com Deus, o Pai. Ambos nunca deixaram de trabalhar e com essa verdade, Cristo os confrontava na questão da guarda do sábado e também sua divindade! O Senhor Jesus reforça que não há hierarquia ou individualidade na Trindade, mas sempre trabalharam conjuntamente e naqueles dias não era diferente. Tudo que o Pai faz, o Filho também faz. Claro que nos textos que Cristo parece se humilhar para Deus, era isso mesmo que fazia sendo também homem e nos dando exemplo! 

"Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus." Jo 5.17–18.

"Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz." Jo 5.19.

"Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis." Jo 5.20.

"Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer." Jo 5.21.

Cristo prossegue abrindo a boca maravilhosamente e revelando mais sobre sua divindade e a Trindade. Ele deixa claro que no tocante ao julgamento de todas as coisas, o Pai deixou ao seu critério julgar a igreja, as nações e todos os homens no último. Todas essas revelações sobre julgamentos está relacionada com o Filho, não importando o título citado ali, é sobre ele. Ele ainda segue falando de como ele e o Pai devem ser honrados por igual e falta com honra para com ele, é desonrar o Pai, que o enviou. Uma claríssima interação perfeita das pessoas da Trindade, que estampa que todas as seitas que tentam diminuir a honra do Filho, está pecando e ofendendo também o Pai! Isso não consiste em politeísmo, mas em unidade! O fato de Cristo julgar, também vem íntima relação com sua humanidade, podendo julgar a todos os homens.

"E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento, a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou." Jo 5.22–23.

"E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem." Jo 5.27.

Ele segue revelando que tem a essência da vida em si, tal como o Pai também tem. Com toda autoridade, deixa claro que os mortos hão de ressuscitar ao som de sua voz, depois dada a ordem para isso. Aqueles que ouvem sua Palavra e creem em Deus, escaparão da morte eterna, recebendo em si a vida eterna doada por ele. Novamente, fica evidente que o Pai e o Filho possuem a fonte de toda vida em si como Deus e isso é notório! Ele estava lá no princípio soprando o fôlego de vida em Adão, o primeiro homem e estará no dia em que os salvos ressuscitarem e forem transformados. Também será quem há de ressuscitar a todo homem desde Adão para o último julgamento. 

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo." Jo 5.24–26.


Cristo reforça novamente de forma fascinante que todas as obras que ele realizava, comprovavam que o Pai o havia enviado e ainda assim, os incrédulos dentre seu povo, não criam nele! O próprio Pai, por vezes, se manifestava por meio de voz audível ou outros fenômenos confirmando ser Jesus, seu Filho Amado e ainda assim, eles resistiam em acreditar. Ele conclui corroborando as palavras de João que eles jamais conheciam o Pai como ele e nem ouvido sua voz, mas ele, sim, pois veio do céu, da morada de Deus e do seu trono. 

"Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou. O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim. Jamais tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua forma." Jo 5.36–37. 

"Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente, o recebereis." Jo 5.43.

O Senhor Jesus Cristo ressalta que os líderes da nação buscavam glória uns dos outros e não viam nele a glória de Deus. Em suas palavra ele cita a Trindade Santa e sua unidade, confirmando o que cremos. Sabemos que Deus é um ou único, mas, ao mesmo tempo, lemos e percebemos que são três pessoas que coexistem nessa unidade divina. Fica um pouco mais simples quando pensamos na nossa composição básica, na composição de um ovo, de uma fruta e outros exemplos compostos de três elementos sendo apenas uma só unidade composta. A harmonia perfeita entre todos eles que nos fascina e sempre será, no seu mais íntimo ser, uma incógnita para toda a humanidade! Os exemplos que citei são simplórios!

"Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único?" Jo 5.44.

O Salvador, continua conversando com os escribas e fariseus e deixa claro que é o doador da vida para aqueles que nele creem. Ele libera mais uma revelação maravilhosa com respeito a Trindade. Cita como "Deus, o Pai", confirmou essa verdade o selando. Para quem entende a linguagem simbólica nas Escrituras, sabe que ele está se referindo ao Espírito Santo de Deus! Ou seja, do momento em que o Espírito Santo desceu sobre ele em forma visível de uma pomba e o selou! Paulo confirma essa mesma obra nos discípulos quando fala sobre este selo em suas cartas. 

"Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo." Jo 6.27.

"E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção." Efésios 4:30

Agora ele passa dos limites para os incrédulos e segue autenticando ainda mais sua divindade e poder de provisão para dar vida eterna aos que creem. Ele declara que o verdadeiro pão do céu proveniente do Pai era ele! O Pão da vida que pode fazer com que qualquer crente nele viva eternamente! Além de se declarar o Pão da vida, ele se coloca como fonte de água da vida também. Isso é completamente conter a essência e o poder de Deus em si! Só ele podia fazer tais alegações! 

"Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo. Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede." Jo 6.32–35.

Novamente ele descreve o plano de salvação envolvendo a pessoa do Pai, dele e posteriormente a do Espírito Santo. Talvez esteja sentindo falta dele, mas fica tranquilo que logo se encherão de textos sobre a Pessoa bendita do Espírito Santo. O plano geral de Deus é receber todos os que creem em suas palavras e por meio de Jesus Cristo, receba a vida eterna e não se perca. E mesmo após morto na vida aqui, possa ter a garantia de ser ressuscitado pelo Filho no último dia. Sendo assim, tanto o Pai, quanto o Filho, e o Espírito Santo, não desejam que ninguém se perca, mas que seja salvo pela fé no Filho. Ambos possuem em si a vida eterna e estão íntimos por sua eternidade divina. Como o Pai é eterno, o Filho também o é, assim como o Espírito Eterno. 

"Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia." Jo 6.37–40.

"Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." Jo 6.44.

"Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá." Jo 6.57.

"Eu falo das coisas que vi junto de meu Pai; vós, porém, fazeis o que vistes em vosso pai." Jo 8.38.

Em certa ocasião, Jesus Cristo ensinava sobre os elementos da ceia e falava sobre "comer sua carne" e "beber seu sangue" e até seus discípulos se escandalizaram com tais palavras, cuidando que ele estava falando de canibalismo! Então, ele pergunta como seria se eles o vissem voltando para o lugar de onde ele primeiro estava. Isso não somente revela que ele é Deus literalemente, e que também veio encarnar como homem entre nós e que voltaria para o seu lugar no céu. O que me deixou triste foi a percepção de alguns de seus discípulos que receberam seus ensinamentos de forma superficial e com ouvidos carnais! 

"Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito de suas palavras, interpelou-os: Isto vos escandaliza? Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?" Jo 6.60–62.

"Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair. E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido." Jo 6.64–65.


Mais uma revelação incrível nas Palavras do Mestre, está no fato de que diversas profecias falaram dele, sua personalidade, missão e projeto de salvação e restauração do povo no Antigo Testamento. Ele faz uma séria conexão entre quem falava ao povo mediante Isaías quanto ao ensino que o povo receberia do SENHOR (Jeová) e Deus (Trindade). Ambas as expressões conectam pessoas da Trindade no uso de "YHWH" e "Theos". Um faz menção a Jeová e o outro, especificamente, ao Deus Trino. E obviamente estão tratando do mesmo Deus da qual Cristo faz parte! Ele segue revelando isso, quando fala sobre quem ouviu e aprendeu do Pai, certamente reconheceria também seus ensinamentos divinos e iria a ele!

"Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim." Jo 6.45.

"E todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e a paz de teus filhos será abundante." Isaías 54:13

A própria salvação operada por Deus, revela as três pessoas o tempo todo interagindo conjuntamente em nosso favor. Cristo esclarece que somente vem a ele, os que o Pai conceder mediante, claro, da disponibilidade em ouvir e consequentemente crer em suas palavras e ensinamentos. O Pai, então, trabalha para ajudar aqueles que de bom coração se achegam ao Filho e os ajuda a caminhar para a salvação. 

"E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido." Jo 6.65.


Falando da pessoa do Espírito Santo, Cristo deixa claro que quem cresse nele, seria agraciado com essa dádiva maravilhosa de ter tal qual rios de água viva fluindo de dentro de si! Mas é esclarecido que até aquele momento, ainda não havia sido dado aos crentes. O Espírito Santo só viria oficialmente sobre os crentes, depois de Cristo ser glorificado novamente com a glória que tinha na eternidade. Temos aqui o Filho e o Espírito Santo nesse texto. 

"Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado." Jo 7.38–39.

Cristo sempre se pautou no plano de Deus e na Palavra para agir e falar. Isso por si só já deixa maravilhosamente revelado como a Trindade Santa trabalha em união e plena comunhão. Há uma lei citada pelo próprio Deus em que nenhum fato que fosse necessário se confirmar por testemunhas para confirmação, deveria ser decidida apenas com uma pessoas, mas sim duas testemunhando. Novamente ele faz menção a essa lei em Deuteronômio para confirmar que tudo que ele falava e testificava era verdadeiro, pois o próprio Pai deu testemunho dele em várias ocasiões! Isso sem contar que por ser a própria Verdade, ele testificava de si mesmo com autoridade e sem nenhuma sombra de dúvidas! Novamente, a Trindade atuando para tentar convencer os homens que ali estava o Salvador deles tentando livrá-los da perdição eterna. 

"Eu testifico de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também testifica de mim." Jo 8.18.

"Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato." Deuteronômio 19:15

Um das curiosidades de todo ser humano é conhecer a Deus Pai. Os escribas e fariseus questionaram a Cristo sobre isso, os discípulos também e mesmo nós adoraríamos conhecer o nosso Pai face a face. Mas Cristo apenas lança em rosto a incredulidade e cegueira deles que não conseguiam assimilar que o conhecimento de Deus necessário a todo homem é sobre seu caráter santo, sua graça imerecida e seu amor incondicional. Mesmas as suas obras maravilhosas e milagres extraordinários são apenas bônus em meio a tudo que é mais precioso sobre ele! O Pai estava essencialmente diante deles! Porque eles eram UM! O mesmo Deus! Os mesmos ensinamentos! As mesmas obras! O mesmo que buscava neles arrependimento e conversão desde os profetas! Estavam profundamente cegos e embrutecidos pelo pecado e incredulidade. Cristo falava abertamente do conhecimento íntimo de Deus, que faz com que o homem discirna a voz dele e entenda quando ele fala! Não era sobre imagem e presença física apenas e ainda assim, ali estava Deus, diante deles falando todos os dias!

"Então, eles lhe perguntaram: Onde está teu Pai? Respondeu Jesus: Não me conheceis a mim nem a meu Pai; se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai." Jo 8.19.

Uma das verdades que Cristo sempre deixou patente é que ele não era daqui dessa criação e que viera do céu e de Deus. Isso confundia ainda mais os judeus, já que eles o conheciam como o filho de José o carpinteiro e Maria. Por longos anos, muitos deles o viram crescer e se desenvolver como ser humano comum. Como poderia ele ter vindo do céu? Mas é assim que Deus sempre trabalhou e por isso mesmo, seriam salvos os que cressem e lhes fosse revelado quem de fato Jesus Cristo era, o Filho de Deus que tem suas origen divinas e desceu entre nós para nos salvar! Por isso mesmo ele voltou para lá depois de cumprida sua meta aqui. O Evagelho segundo João já começa esclarecendo essa verdade inegável de que ele sempre esteve lá, com Deus na eternidade passada e para lá retornou! E sim, o céu é para cima. 

"E prosseguiu: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou." Jo 8.23.

Em momentos maravilhosos e profundos de seus discursos e ensinamentos, Jesus Cristo fez revelações tão impactantes que somente os surdos espirituais não perceberam! Quando ele testificava de sua crucificação antes mesmo de acontecer o fato, deixou claro que não fazia nada além da vontade do Pai e que o mesmo, nunca o deixava. A conexão entre eles sempre foi tão real e divina, que em vários momentos ele declarou abertamente a verdade de que ele também é o "EU SOU" que se apresentou a Moisés no passado! Inegavelmente, Jesus Cristo estava dizendo a eles que o "EU SOU" que falou com Moisés e fez tudo que fez por eles no passado, era o mesmo que estava ali falando com eles pessoalmente! "EU SOU" significa aquele que existe sobre todas as coisas do passado, presente e futuro! Fala do poder e domínio absoluto de Deus em ser o Eterno presente na nossa existência! Porque acha que os judeus logo quiseram o apedrejar, depois de proferir essa conclusão? 

"Por isso, eu vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que EU SOU, MORREREIS NOS VOSSOS PECADOS. Então, lhe perguntaram: Quem és tu? Respondeu-lhes Jesus: Que é que desde o princípio vos tenho dito? Muitas coisas tenho para dizer a vosso respeito e vos julgar; porém aquele que me enviou é verdadeiro, de modo que as coisas que dele tenho ouvido, essas digo ao mundo. Eles, porém, não atinaram que lhes falava do Pai. Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então, sabereis que EU SOU E QUE NADA FAÇO POR MIM MESMO; MAS FALO COMO O PAI ME ENSINOU. E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada." Jo 8.24–29.

"E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós." Êxodo 3:14

"Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se. Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU. Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo." Jo 8.56–59.

"Responderam-lhe os judeus: Temos uma lei, e, de conformidade com a lei, ele deve morrer, porque a si mesmo se fez Filho de Deus." Jo 19.7.

É incrível como os adeptos das seitas unicistas que negam a Trindade conseguem ler porções claríssimas nas Escrituras a esse respeito e não compreendem que Jesus é Deus também! Eles parecem estar nas mesmas condições dos judeus que o ouviam e não compreendiam de forma alguma. Novamente, falando sobre a filiação carnal dos judeus com Abraão, Cristo revela que o mesmo jamais rejeitou as palavras de Deus, mas eles se dizendo seus filhos, procuravam matar quem foi enviado diretamente do céu para os salvar de seus pecados. Ao afirmarem que eram também filhos de Deus e rejeitar seu Filho, entravam em contradição e confusão. Ali estava quem estava em Deus, veio para os alertar e ensinar e conhecia bem quem era Abraão e eles não entendiam nada! Era para eles entenderem quem falava com eles e o receberem com toda felicidade do mundo! Ali estava quem sempre falou com eles no passado também! Mas eles estavam adormecidos no pecado e não assimilavam que era o mesmo Deus quem falava com eles. Já não discerniam nem a Palavra de Deus a essas alturas.

"Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus. Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra." Jo 8.41–43.

"Mas, porque eu digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus." Jo 8.45–47.

Como se não bastasse os judeus estarem cegos em seus pecados a ponto de não reconhecerem em Cristo, Deus novamente falando com eles, o taxaram de "samaritano" e com "demônio". Isso é de um peso de desgraça inimaginável, sabendo nós quem Cristo é! Ele enfaticamente lança em rosto que sempre honra o Pai e eles não o reconhecendo, desonram! Estavam desonrando a Deus! Diziam o honrar, mas era apenas de lábios e estando ali o próprio Deus encarnado em Jesus Cristo, eles diziam tais acusações! Que triste condição! A nação que ele levantou dos lombos de Abraão e esteve sempre com eles, agora o rejeitava no mais profundo nível de descrença e rebelião! 

"Responderam, pois, os judeus e lhe disseram: Porventura, não temos razão em dizer que és samaritano e tens demônio? Replicou Jesus: Eu não tenho demônio; pelo contrário, honro a meu Pai, e vós me desonrais. Eu não procuro a minha própria glória; há quem a busque e julgue." Jo 8.48–50.

"Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim." Mateus 15:7,8

"Quem me odeia odeia também a meu Pai. Se eu não tivesse feito entre eles tais obras, quais nenhum outro fez, pecado não teriam; mas, agora, não somente têm eles visto, mas também odiado, tanto a mim como a meu Pai. Isto, porém, é para que se cumpra a palavra escrita na sua lei: Odiaram-me sem motivo." Jo 15.23–25.

Em certa ocasião, o Senhor Jesus curou um cego de nascença e isso era motivo para glorificarem a Deus e espalharem que Deus estava visitando seu povo, porém, eles estavam tão descrentes e mortos em seus pecados que fizeram um tremendo e chato inquérito sobre a vida daquele homem que respondendo sinceramente, pregava para eles e injuriados, expulsaram ele da sinagoga. Cristo se encontra com ele novamente e se apresenta como sendo o Filho do Homem e ele crê no Senhor Jesus e numa ato de humildade, se prostra lhe rendendo adoração. Tudo aqui é sobre a deidade de Cristo! Como se apresentou, como o cego o chamava "Senhor" e no ato de adoração que era um pecado para os judeus se curvarem perante qualquer homem! O fato dele fazer isso, e Cristo não o reprovar, deixa claríssimo que o cego reconheceu nele a divindade e o Mestre aceitou sua adoração. Mesmo anjos, que eram seres divinos fugiam de seres adorados! 

"Ouvindo Jesus que o tinham expulsado, encontrando-o, lhe perguntou: Crês tu no Filho do Homem? Ele respondeu e disse: Quem é, Senhor, para que eu nele creia? E Jesus lhe disse: Já o tens visto, e é o que fala contigo. Então, afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou." Jo 9.35–38.

"E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia." Apocalipse 19:10

Outra ocasião e Cristo dessa vez, fala sobre o rebanho universal da qual ele seria o Pastor. Em suas revelações, ele já descreve a união espiritual entre ele, o Pai e igreja. Ensinos que Paulo se aprofunda incrivelmente em suas cartas. E novamente ele fala de como conhece o Pai e o Pai o conhece. Eles novamente não entenderam que a profecia sobre o Pastor que Deus levantaria, estava se cumprindo em seus dias! 

"Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor." Jo 10.14–16.

"Portanto livrarei as minhas ovelhas, para que não sirvam mais de rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas. E suscitarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor." Ezequiel 34:22,23

Em continuidade a essas verdades sobre Cristo como nosso Pastor, ele esclarece que o Pai o ama por se entregar por suas ovelhas e deixa claro que, sendo Deus e fonte de toda a eternidade, ele mesmo entrega sua vida e torna a tomá-la. Isso também o conecta com seu poder divino de dar ou tirar a vida, mesmo a sua! Perceba que a confusão sobre a divindade e humanidade de Cristo, reside principalmente no fato de que ele sempre alternava sua fala entre o divino e humano. E isso não implica uma confusão mental como alguns de seu tempo concluíram, mas que ele de fato, era 100% humano e permaneceu 100% Deus e por isso, por vêzes parecia dar declarações inegavelmente divinas e se conectava a Deus com seus atributos e obras e em outros momentos parecia estar obedecendo ao Pai. Na verdade, como homem, também estava cumprindo um propósito! Como seria o Servo se não procedesse assim como homem? Como seria o Cordeiro de Deus se assim não morresse como homem? Como seria o Sumo Sacerdote se não fosse um homem? Como seria nosso Advogado se não nos entendesse como tal? Entra tantas outras provas de sua humanidade e missão nessa qualidade. 

"Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai." Jo 10.17–18.

Temos mais um episódio notório que deixa claro que os judeus compreendiam muito bem quando Cristo lhes declarava que era Deus, somente não aceitavam. Por isso mesmo, em cada declaração que ele usava a expressão "EU SOU" ou "somo um", declarava toda a verdade de quem ele era: Deus. E aqui me refiro claramente à Trindade Santa. Dizer que era um com o Pai, é o mesmo que dizer que era eterno, poderoso e onisciente! Por isso eles logo pegavam em pedras para o apedrejar! Eles categorizaram o que ele disse como uma blasfêmia com o nome do Senhor. Cristo tenta novamente despertar eles de que fazia as mesmas obras do Pai e cegamente eles deixam claro que o apedrejariam pela seguinte razão: "te fazes Deus a ti mesmo". Como as seitas unicistas explicariam tal acusação? Sim, Jesus se declarou Deus (Trindade) sempre que usou tais expressões "EU SOU, somos um e Filho de Deus". Ao menos é isso que o texto deixa claro com as acusações e atitudes dos judeus que o ouviam. Se eles atentassem para suas obras e ensinos, logo entenderiam que o Pai estava ali com ele; o mesmo Deus que esteve com eles no passado! 

"Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses? Se ele chamou deuses àqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus, e a Escritura não pode falhar, então, daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas; porque declarei: sou Filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; mas, se faço, e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai. Nesse ponto, procuravam, outra vez, prendê-lo; mas ele se livrou das suas mãos." Jo 10.30–39.

"E aquele que blasfemar o nome do Senhor, certamente morrerá; toda a congregação certamente o apedrejará; assim o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome do Senhor, será morto." Levítico 24:16

Quando Lázaro ainda estava enfermo e Jesus foi notificado, ele revelou que tudo isso desecadearia em glorificação a Deus e ao Filho de Deus, ele. Mais uma vez, ele outorga para si, a mesma glória que Deus receberia nesse milagre que iria além da cura, mas da ressurreição de Lázaro! Novamente, o título divino "Filho de Deus" está conectado ao fato de receber glória dos homens. 

"Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas. Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado. Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro" Jo 11.3–5.

"Quando ele saiu, disse Jesus: Agora, foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele; se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará nele mesmo; e glorificá-lo-á imediatamente." Jo 13.31–32.

Agora, temos eventos com sinais e milagres maravilhosos da parte de Cristo que corroboram que ele era Deus, como no episódio em que Lázaro adoece e morre. Ele se demora de propósito para realizar uma obra inédita naqueles dias do silêncio divino desde o Antigo Testamento: ressuscitar um morto! Jesus parece fazer humor quando ora perante o túmulo de Lázaro, pois nos dá a entender que nem necessitava de fazer aquela súplica, mas a fez para que o povo ouvisse e vendo o resultado do milagre, cressem que ele tinha essa intimidade com o Pai. Fenomenal! Ele não só sabia que o Pai sempre o ouvia, mas viva essa verdade todos os dias! Após fazer essa breve oração ao Pai, clamou para que Lázaro saísse e ele saiu! Se lembra que ele tem em si o poder da vida? Que mesmo sua própria vida, doa e toma de volta? Ali estava a Vida restaurando a Lázaro! Somente Deus pode ressuscitar um morto de cinco dias em provável estado de decomposição! 

"Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir." Jo 11.41–44.

"Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só; contudo, não estou só, porque o Pai está comigo."  Jo 16.32. 

Em se aproximando o momento da crucificação, Cristo tem mais um diálogo aberto com o Pai que dessa vez, responde de forma notória, e evidenciou mais uma vez que Jesus Cristo, homem, era o Filho de Deus! Alguns ouviram um som de trovão e outros acharam que foi um anjo falando com ele. Como o povo estava lento! Desligado do céu e sem noção! Note que como homem, sua alma estava angustiada e sabia que teria que passar por tudo que estava planejado. Seu sofrimento como homem foi real e ele sofreu todas as dores que ali sentiu sem trapacear como Deus! Na resposta de Deus concernente ao seu nome ser glorificado, o povo teria novamente a prova de que ele foi enviado de Deus e que o Pai de fato, sempre esteve com ele. 

"Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará. Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei. A multidão, pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros diziam: Foi um anjo que lhe falou. Então, explicou Jesus: Não foi por mim que veio esta voz, e sim por vossa causa. Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso." Jo 12.26–31.

Cristo fala também da associação de seus ensinamentos com a Palavra de Deus e que são mandamentos que trazem vida para os que os ouvem. Ele tão somente transmitia as mesmas verdades do Pai e o povo estava rejeitando como rejeitaram no passado. Uma revelação detalhada nessa fala é que as mesmas palavras que ele transmitia a quem quer que seja, servirão de base para julgamento no último dia! Novamente ele deixa claro que está falando e atuando simultaneamente e em sincronia com a vontade e plano do Pai, comprovando a perfeita harmonia da Trindade. Os despreparados unicistas e Testemunhas de Jeová tentam reduzir o valor da pessoa de Cristo como se ele dissesse tais verdades, meramente se humilhando como "deus menor" que o Pai. Heresia! 

"Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia. Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. As coisas, pois, que eu falo, como o Pai mo tem dito, assim falo." Jo 12.48–50.

Jesus Cristo não era um mero homem, servo de Deus ou profeta que não sabia o que fazer, necessitando de que Deus lhe desse a direção de cada passo o tempo todo como acontecia com os que serviam a Deus assim. Ele trilhava os caminhos do plano de Deus, sabia cada momento exato para cada ação e palavra a ser dita e tinha a plena convicção de quem ele era e para o que veio. Em nenhum momento esteve em dúvidas sobre nada, mesmo sendo 100% homem. Prova disso é como ele sempre testificava de onde veio, a quem pertencia e para onde voltaria. Ele viera de Deus e voltaria para Deus. Todas as coisas foi confiado em suas mãos e novamente, passando desse mundo para sua glória, teria novamente todo seu esplendor e essência divina restaurados, tal como tinha antes de encarnar como ser humano. 

"Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus, sabendo este que o Pai tudo confiara às suas mãos, e que ele viera de Deus, e voltava para Deus, levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido." Jo 13.1–5.

Ter fé em Cristo e fé em Deus, resulta no mesmo fim: salvação e vida eterna! Confortando seus discípulos ele deixou isso claro e que homem poderia dizer tais palavras? Quem poderia atrair para si, a crença das pessoas tal qual elas criam em Deus (Trindade)? Sim, o termo nesses contextos sempre fazem alusão ao Deus Trino. Quem crê em Jesus Cristo, também crêe em Deus e vice versa. Crendo nele, temos todas as garantias da fé em Deus, porque ele também é Deus! 

"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim."  Jo 14.1.

As vêzes lemos a Palavra de Deus de forma corriqueira e sem profundidade e reflexão. Note como Cristo, o Deus da igreja revela que na casa do Pai há muitas moradas. Como ele sabia disso? Ele estava lá! Ele criou também! Ele vai nos preparar lugar nessas moradas! Como não saberia o Deus que a tudo criou? Mais do que nos regojizar sabendo que ele é Deus e conhece o céu melhor do que ninguém, é termos a fé e a convicção de que se permanecermos crendo nele, teremos a garantia de um lugar nessas moradas preparadas desde o princípio! Bendito seja Deus! Obrigado Senhor Jesus Cristo! 

"Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também." Jo 14.2–3.

"O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele." Colossenses 1:15-17

Cristo deixou claro que se não for por meio da fé nele e dos seus ensinamentos, ninguém chegará ao Pai, porque assim está determinado por Deus. Todo pecador que quiser conhecer o Pai, terá que antes conhecer o Filho e crer nele. Ele é o Caminho que nos conduz ao Pai! Ele é toda a verdade que precisamos saber sobre tudo! Ele é a verdadeira Vida que necessitamos para estar para sempre com Deus! Não há outro! Nenhum outro nome! Nenhum santo ou deus! Ignorem menospreze e tente diminuir sua glória quem quiser, mas somente ele pode nos salvar e levar a Deus! Só ele pode fazer essa conexão! Os judeus tentaram se desvencilhar dele usando somente o nome de Deus em suas crenças, porém, Deus estava pessoalmente com eles na pessoa de Cristo e eles o ignoraram como sempre! 

"E vós sabeis o caminho para onde eu vou. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho? Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." Jo 14.4–6.

"E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." Atos 4:12

Como é a aparência de Deus? Quais as características de seu rosto? Como seria seu corpo? Ele se parece com quem? Conhecer a Deus é um dos maiores anseios de qualquer servo de Deus e Felipe desejou conhecer o Pai em sua "aparência" e Cristo o encaminhou ao mais importante naquele momento: conhecer a essência de Deus através de suas palavras e obras de amor nele. Aqui há uma revelação tremenda da Trindade, já que Cristo naquele momento, responde como se fosse o próprio Pai falando! O Pai ali estava em Cristo falando com eles através do Filho! Felipe mal sabia o que estava pedindo! Isso me lembrou a experiência de Moisés que desejou ver a glória de Deus e não pode, mas ficou extasiado com a presença de Deus que o tocou e isso o levou a adorar e se prostar em humilhação. 

"Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras."  Jo 14.7–11.

"Então ele disse [Moisés]: Rogo-te que me mostres a tua glória. Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e proclamarei o nome do Senhor diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer. E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá." Êxodo 33:18-20

"E o Senhor desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele proclamou o nome do Senhor. Passando, pois, o Senhor perante ele, clamou: O Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração. E Moisés apressou-se, e inclinou a cabeça à terra, adorou, e disse: Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, vá agora o Senhor no meio de nós; porque este é povo de dura cerviz; porém perdoa a nossa iniqüidade e o nosso pecado, e toma-nos por tua herança." Êxodo 34:5-9

Agora, Cristo fala sobre como os que nele cressem, seriam capazes de não só fazer obras semelhantes às que ele fez, mas poderiam fazer ainda maiores! Nessa mesma conexão e intimidade entre a igreja, Cristo e o Pai, eles poderiam pedir em seu nome ao Pai e ele os atenderia, e consequentemente o Pai seria glorificado na resposta de suas orações e fé. A igreja daria continuidade à missão de Cristo, como de fato aconteceu e muitos milagres incríveis se viram na expansão do Reino de Deus na terra através dos discípulos e depois de Atos dos Apóstolos também. Cristo despertou neles esse conhecimento e fé, porque voltaria para junto do Pai, de onde veio. E isso realmente aconteceu e Estevão pode ver isso numa visão enquanto era apedrejado. Glórias a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!  

"Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei." Jo 14.12–14.

"Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; e disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus." Atos 7:55,56

Um dos momentos ápices da revelação de Jesus Cristo sobre a Trindade, está em seus diálogos com os discípulos sobre a pessoa do Espírito Santo. Num só texto temos profundas e maravilhosas revelações! Cristo rogaria ao Pai que enviasse outro Consolador, que era o Espírito Santo de Deus. Note que "outro" deixa patente que assim como Cristo consolava e confortava seus discípulos quanto ao presente e futuro; o Espírito Santo faria o mesmo! Novamente vemos a relação maravilhosa entre eles! Ele também é chamado de "Espírito da verdade", tal como o Filho se proclamou ser "a Verdade". Ele esclarece que o mundo não conhece o Espírito Santo e nem pode vê-lo. Mas nós já o vimos? Não! Mas cremos nas palavras e promessas de Cristo e por isso mesmo, semelhante aos discípulos obtivemos acesso a ele conforme a fidelidade de Deus! Ele habita na igreja e permanece nela até os últimos dias! 

"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós." Jo 14.16–17.

Agora Cristo vai muito mais além e confunde ainda mais a cabeça de seus discípulos! Ele deixa claro que após sua morte, o mundo não o veria mais, mas eles ainda o veriam e isso aconteceu nas aparições que ele fez após ressuscitar. Porém, ele segue dizendo que se revelaria a todos quanto guardassem seus mandamentos que também eram os do Pai. Nisso, os discípulos saberiam toda a verdade sobre a Trindade e sua interação, envolvendo o Filho, o Pai, o Espírito Santo e a igreja! Ele fala também do amor de Deus pelos discípulos na pessoa dele e do Pai. Judas, curioso, quis saber de onde ele viria que só se manifestaria a eles e Cristo novamente reforça a guarda de sua Palavra que também é do Pai e que o próprio Espírito Santo os faria lembrar de tudo que foi lhes ensinado. Novamente o elo entre as três pessoas é exposto na garantia de consolo divino, na promessa de vida eterna e nos ensinos lembrados! O Filho partiria de fato na carne, mas no Espírito estaria juntamente com o Pai, habitando em nós! 

"Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. Ainda por um pouco, e o mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis. Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele. Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a nós e não ao mundo? Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou. Isto vos tenho dito, estando ainda convosco; mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." Jo 14.18–26.

Temos agora, Cristo novamente revelando que na pessoa do Espírito Santo, ele estaria novamente em Espírito com seus discípulos. Antes, ele teria que ir até o Pai para apresentar o sacrifício e receber novamente toda sua glória divina. Quando ele diz aqui que o Pai é maior do que ele, estava novamente, falando como o homem exemplar e perfeito que deveria ser. Era o Servo do Senhor se submetendo sempre a Deus como prediziam as Escrituras e não tem nada controverso, esquisito ou contraditório aqui como alguns "teólogos" superficiais entendem.

"Ouvistes que eu vos disse: vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu." Jo 14.28.

"Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça aos gentios." Isaías 42:1

Numa de suas parábolas, Cristo ressalta a intimidade entre ele e o Pai quanto aos seus discípulos. Ele se compara a uma videira verdadeira, onde todos os discípulos são ramos e o Pai é o agricultor. Somente por meio dele, em obdecer seus mandamentos e cumprirmos sua Palavra, podemos crescer e frutificar, mas os ramos estéreis são arrancados e queimados pelo fogo pelo próprio agricultor que é o Pai. Temos aqui a videira verdadeira que nos alimenta com sua seiva e também um agricultor zeloso que cuida do desenvolvimento dos ramos que produzem ou não. Claro que resta aos negacionistas da Trindade, questionar: "Quem é maior, a videira ou o agricultor?". Típica pergunta de quem não captou a essência do texto. O Pai e o Filho envolvidos no processo de salvação e frutificação dos ramos que somos nós. Ele deixa claro que é por ele e nele que damos frutos! E nesses frutos o Pai é glorificado através de nossas obras! Nessa parábola, toda conexão reside no amor mútuo entre Deus e a igreja! 

"Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.  Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor." Jo 15.1–9.

Tal intimidade concedida por Cristo é um dos maiores privilégios que alguém pode receber! Ser amigo de Deus! Podemos ser amigos próximos de pastores, prefeitos, governadores, presidentes e tantas pessoas nobres e de fama no mundo e na história, mas nada e ninguém se compara a Deus! O único que foi assim declarado pelo próprio Deus, foi Abraão que alcançou essa graça dele e foi chamado "amigo de Deus". Cristo nos concede esse tamanho privilégio quando nos revela tudo quando o Pai mandou que nos ensinasse! Outro ponto relacional entre o Deus que falava com Abraão com tanta intimidade e agora com os discípulos: a amizade. Sempre partiu de Deus esse desejo de que fossemos tão chegados a ele que pudéssemos ter novamente com ele a comunhão que tinha Adão em o ouvir e falar face a face sem interrupções, distrações, medos e pecados. Deus, nosso amigo, que honra! 

"Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer." Jo 15.15.

"E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus." Tiago 2:23

Toda relação entre mandamentos e obediência, reside no fato de que devemos amar o nosso Deus e nosso próximo e isso consequentemente nos leva a uma vida de frutificação, conforme a vontade de Deus! Nessa escolha tão provilegiada que Deus fez nos inserindo também no plano de salvação, devemos de forma agradecida, naturalmente dar frutos e vivendo assim, temos a certeza e garantia de que tudo que sabiamente pedirmos ao Pai em nome de Jesus Cristo, ele nos concede! E nem preciso entrar em detalhes sobre coisas essenciais, nobres e necessárias, pois quem dá frutos bons já procede de forma sábias em suas orações. Mas perceba novamente, o Deus Trino atuando no tocante às orações da igreja! 

"Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros." Jo 15.16–17.

Mais uma vez, Cristo fala sobre o elo entre ele, o Pai e o Espírito Santo e como estão intimamente ligados e trabalhando num mesmo propósito sempre no tocante a salvação dos homens e capacitação para dar continuidade a esse plano através da igreja. Ele alterna entre as expressões em vários versículos, dizendo que o Espírito Santo seria enviado pelo Pai em seu nome; outrora, que ele mesmo ennviaria da parte do Pai e por fim, que o Consolador viria para os discípulos, denotando ação pessoal. O objetivo primordial é continuar a obra de Cristo na terra através da pessoa do Espírito Santo. Mas como já esclareceu o próprio Senhor, tanto ele como o Pai, estaria presente na vida da igreja também na pessoa do Consolador! E para quem ainda insiste em catalogar o Espírito Santo como a "força ativa de Deus", traduzindo de forma errônea o hebraico "ruach" ou o grego "pneuma", convido os tais a explicarem se uma mera força tem poder de dar testemunho acerca da alguém. 

"Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim; e vós também testemunhareis, porque estais comigo desde o princípio." Jo 15.26–27.

Mais revelações profundas com respeito a pessoa do Espírito Santo no Evagelho segundo João foram deixadas por Cristo aos seus discípulos. Quando ele é chamado de "Consolador", a palavra grega usada para traduzir este termo é "parakletos" que significa que este personagem divino, substituiria de certa forma a Jesus Cristo, para estar com os seus discípulos e complementar seus conhecimentos com respeito aos ensinos do Mestre e sobre tudo que eles deveriam aprender e também os capacitar no que fazer na missão em prol do Reino de Deus. E não foi isso mesmo que vimos acontecer ao longo do livro de Atos e depois na história mundial da igreja? Mas ainda tem outro desafio revelador sobre ele para os negacionistas de sua pessoalidade. Cristo disse que o Consolador convenceria o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Expliquem por favor, se uma "mera força" ativa pode exercer tais missões no mundo se não for uma pessoa? 

"Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado."  Jo 16.7–11.

Cristo segue confirmando que o Espírito da verdade, continuaria até mesmo os ensinos que ele não podia mais administrar aos corações dos discípulos naquele momento. E da mesma forma como ele sempre ensinou em íntima comunhão com o Pai; o Espírito Santo também o faria, conduzindo eles em toda a verdade no mesmo alinhamento com o Filho e o Pai! Ele também nos transmitiria tudo que ouvisse da parte de Deus e mesmo no tocante às coisas futuras, nos revelaria tudo conforme a vontade do Deus Trino. Aqui também, não tem nada a ver com uma submissão e hierarquia imaginária humana, mas sim, cooperação e igualdade dentro da Trindade Divina! E tome mais uma perguntinha aos céticos da Trindade: Pode uma mera "força ativa" guiar alguém, falar e anunciar qualquer ensinamento a alguém? 

"Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir." Jo 16.12–13.

Agora, Cristo vai além e conecta o Pai e o Espírito Santo com a mesma glória e domínio. O Espírito de Deus o glorificaria, por receber do que é do Filho, que por sua vez, glorificava o Pai, pois recebia também tudo dele. Enfim, temos Cristo, declarando que tudo que o Pai tem é dele; logo, o Espírito nos comunica tudo que Deus em seus planos compartilha, porque também tem parte em tudo! O Espírito Santo anunciaria aos discípulos o que também tinha em Deus, conhecimento e intimidade. Posso perguntar se uma "força ativa" pode glorificar alguém, anunciar coisas ou receber algo como uma pessoa faria? Não. Temos novamente, o Pai, o Filho e o Espírito Santo atuando nas revelações que os discípulos haveriam de receber após a partida de Cristo. 

"Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar." Jo 16.14–15.

Quando Jesus disse em certa ocasião que quando Pedro se convertesse, seria uma benção, soou estranho, já que Pedro o seguia a um tempo considerável. Mas a conversão genuína, vem de um conhecimento íntimo de Deus, onde uma pessoa não somente aceita uma verdade divina, mas ela abraça os mistérios de Deus com toda sua fé e amor e Deus a ama e passa a revelar mais e mais dos seus segredos. Assim aconteceu com muitos discípulos que eram meros seguidores de um Messias político, um suposto comandante de uma rebelião contra os romanos e um profeta apenas. Mas quando de fato, o entendimento deles se abriram, compreenderam quem ele de fato era! Perceba que muitos só entederam que é Deus no final dos relatos de João! Próximo aos dias de sua morte! Ele novamente expressa como no amor do Pai, ele nem precisaria rogar por eles, pois o Pai os amava por terem amado o Filho e crido que ele vinha de Deus! Novamente ele narra sua vinda e retorno ao Pai e eles tem ali uma súbita profunda revelação sobre isso. Talvez, cressem que ele veio de Deus, mas como alguém enviado numa missão tal qual um líder ou profeta e não como sendo Deus também. Assim, muitos se confundem até hoje em nossos dias. 

"Estas coisas vos tenho dito por meio de figuras; vem a hora em que não vos falarei por meio de comparações, mas vos falarei claramente a respeito do Pai. Naquele dia, pedireis em meu nome; e não vos digo que rogarei ao Pai por vós. Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de Deus. Vim do Pai e entrei no mundo; todavia, deixo o mundo e vou para o Pai. Disseram os seus discípulos: Agora é que falas claramente e não empregas nenhuma figura. Agora, vemos que sabes todas as coisas e não precisas de que alguém te pergunte; por isso, cremos que, de fato, vieste de Deus. Respondeu-lhes Jesus: Credes agora?" Jo 16.25–31.

Em uma das últimas orações de Jesus Cristo, temos revelações ainda mais lindas, profundas e emocionantes com respeito a Trindade e seu relacionamento com a igreja. Se para os unicistas, a revelação de três pessoas divinas em Deus é motivo de escândalo, como se sentiriam se descobrissem que Cristo abraçou a igreja santa como sendo parte da divindade? Sim! Foi isso que ele fez! Foi além de reatar os laços de comunhão que tinha com Adão, ele nos congregou em si mesmo na essência de Deus! Terei que listar essas revelações que encontrei na sua oração: 

  1. Pai e Filho se glorificavam.
  2. Jesus, o Filho tem autoridade do Pai sobre toda a humanidade.
  3. Cristo pode conceder vida eterna aos salvos.
  4. Conhecer ao Pai, Deus verdadeiro e a Jesus Cristo é ter a vida eterna.
  5. Cristo comenta de sua glória junto ao Pai antes da existência do mundo.
  6. Somos do Pai e do Filho.
  7. Diversas afirmações que saiu e veio do Pai.
  8. Todas as coisas são do Filho e do Pai.
  9. Revela sua onipresença dizendo "Já não estou no mundo" , "onde estou" e "eu vou para junto de ti".
  10. Os discípulos deveriam ser um, como o Filho é com o Pai.
  11. A Palavra do Pai é a Palavra de Cristo.
  12. O Pai, Cristo e a igreja numa só unidade.
  13. Cristo conhecia o Pai desde sempre.
  14. O Pai o amava antes da fundação do mundo. 

"Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo. Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra. Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti; porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste. É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos. Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja."  Jo 17.1–26.

O tempo todo, Cristo estava ciente que estava no mundo para executar o plano de Deus de salvação. Era Deus em pessoa, apelando primeiramente ao seu povo Israel que se convertesse dos seus maus caminhos e se tornassem a nação que Deus planejou para levar salvação a todos os povos. Porém isso não estava acontecendo da forma planejada. Até a morte, em cada passo, ele seguia um roteiro divino para vencer a morte e ser o nosso sacrifício perfeito pelos nosso pecados. O Filho sempre deixou claro que fazia a vontade de Deus e tudo fazia parte de um plano maior. Mas ele sempre fazia menção de não estar só e sempre citava o Pai em suas falas. 

"Mas Jesus disse a Pedro: Mete a espada na bainha; não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?" Jo 18.11.

E ao final do Evangelho narrado por João, temos todas as revelações, promessas e planos de Deus se cumprindo um a um! Após ressuscitar, ele se encontra com as mulheres que visitavam o sepulcro e não permite que as toquem, pois ainda não havia subido ao Pai conforme havia revelado dias antes. Ele cita novamente o Pai e também Deus (Trindade). No fundo, no fundo, sempre serão confusos as expressões de Cristo, mas nunca caóticas. Apenas para os incautos é complexo demais para compreender a quem ele se refere em suas palavras e afirmações. Mas ele notoriamente fala como sendo parte da divindade em dados momentos, e logo se encontra falando como um homem que é também servo e obediente a Deus. Imagine ele fazendo isso sem um aviso antes? Pois era assim mesmo que ele conversava! Por isso confundia até seus familiares que o tiveram por maluco no começo de seu ministério! 

"Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus." Jo 20.17.

Cristo, conforme prometido, após ressurreto, aparece novamente a vários discípulos, autenticando as verdades que ele pregou e revelou e novamente reforça a unidade entre Deus e a igreja, enviando os discípulos, como o Pai o enviara. No mesmo instante, ele os capacita previamente com o Espírito Santo simplesmente soprando sobre eles! Aqui ainda não é o evento profético de Joel da descida do Espírito Santo ainda. Os discípulos apenas receberam o Espírito Santo, mas ainda não eram selados e capacitados por ele. Isso aconteceria oficialmente no dia de Pentecostes. Mas aqui estamos nós novamente, com Cristo citando o Pai e soprando o Espírito Santo sobre os discípulos. Alguém pode estranhar a forma como o Espírito Santo foi "soprado" aqui e tentar desmerecer sua pessoa por isso, mas além de ser uma tentativa desesperada de manter um erro, não podemos nos esquecer que o Filho nos foi dado por uma gestação miraculosa sem a participação de José! 

"Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos." Jo 20.21–23.

João esclarece que o objetivo de todos os feitos registrados em seu Evangelho é demonstrar que Jesus, homem, era de fato o Cristo (Messias prometido) e Filho de Deus (Deus encarnado). E é por meio dele que temos a vida eterna. É no seu nome que temos acesso ao Pai. Somente quem ignora a essência literal por trás de cada título nos originais é que fazem confusão e não compreendem que de fato era o Verbo encarnado de Deus! 

"Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." Jo 20.31.

Considerações e Conclusão

Longe de mim alegar que este tema tão profundo, misterioso e interessante esteja concluído num artigo tão resumido! Na verdade, como disse no princípio, minha vontade era escrever sobre como o Evangelho segundo João trata da Trindade de uma forma clara e objetiva, deixando trannsparecer as três pessoas de Deus e não de forma isolada, mas sempre atuando conjuntamente para o plano de salvação da humanidade. É inadmissível ler este Evangelho e dizer que não consegue ver o Pai, o Filho e o Espírito Santo nitidamente em suas páginas! É cegueira espiritual do mais alto nível tentar desmerecer qualquer deles a partir de toda a revelação em João e nos demais escritos sagrados! É mau caratismo e demoníaco tentar descraditar da obra grandiosíssima que cada pessoa de Deus desempenha em nos salvar de nossos pecados e nos dar a vida eterna! É burrice crônica, ler verdades tão explícitas com palavras tão específicas e ignorar completamente com explicações pobres e achismos meramente humanos e dotados de analfabetismo crônico. 

Infelizmente, movimentos consideráveis tem sido construídos com base em pessoas que apenas abraçam crendices e verdades superficiais baseadas em novas revelações e argumentações que persistem apenas no campo da ignorância e arrogância por parte de quem não acha que não tem como voltar atrás em suas falhas e condições de enganado. Mesmo sendo conflitados por tais verdades, muitos ainda resistem ao Evangelho genuíno e ignoram o agravante pecado de negar o Filho, ou o Pai e pior ainda, o Espírito que nos santifica para a salvação. Glória ao Pai por seu amor! Glória ao Filho por nos salvar! E glória ao Espírito Santo por nos santificar para o grande dia! Você já cria na Trindade ou em um Deus único no sentido de ser solitário? Fique ligado que pretendo prosseguir com uma profunda e extensa série de artigos revelando o que a Bíblia diz sobre Deus em toda sua essência e personalidade. Se inscreva para receber novos estudos sobre este assunto e compartilhe com aquele seu amigo unicista e Testemunha de Jeová. (🤣) 

Ricardo F.S

Escritor no Blogger desde 2009. Adorador do Cristo Vivo. Artista por Natureza. Músico Autodidata. Teólogo Apologeta Zeloso capacitado pela EBD, CETADEB e EETAD. Homem Falho, Apreciador de Conhecimentos Úteis e de Vida Simples e Modesta. 😁

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