Onde surgiu o feriado de Sexta-Feira Santa? Os cristãos devem guardar essa data? Como devemos se portar nesse dia? Qual o intuito desse feriado nacional? A Sexta-feira Santa, dia em que se comemora a crucificação de Jesus Cristo, não tem uma data fixa no calendário, ao seguir o calendário lunar. No entanto, a tradição de dedicar um dia específico para lembrar a morte de Jesus remonta aos primeiros séculos da Igreja Cristã. As tradições e costumes da Sexta-feira Santa podem variar entre diferentes religiões e culturas. A importância da Sexta-feira Santa reside na fé individual. Em sua maioria, os cristãos católicos que possuem o costume prática de guardar essa data da morte de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, independente se é o dia específico ou não. Os cristãos reformados, em sua maioria, já não se apegam tanto ao quesito data. Mas relembram constantemente esse feito em seu dia a dia e oficialmente nos cultos oficiais da Ceia do Senhor, onde, segundo as Escrituras, nos lembramos do sacrifício pessoal de Cristo e também da esperança que sua morte nos conquistou. Vejamos o fundo histórico por trás dessa data e depois o que a Bíblia nos traz sobre este evento em sua essência.
Infelizmente, muitos religiosos insistem em lembrar de um Cristo morto e sofrendo apenas. Imagem: Yandex |
História e Cultura Cristã
História da Sexta-feira Santa:
- Século II: Evidências da prática de jejum e orações na Sexta-feira Santa.
- Concílio de Niceia (325 d.C.): Oficializou a data da Páscoa, e a Sexta-feira Santa passou a ser o dia anterior ao Domingo de Páscoa.
- Idade Média: A Sexta-feira Santa se tornou um dia de luto e penitência, com procissões, encenações da Paixão de Cristo e outras práticas devocionais.
- Atualmente: A Sexta-feira Santa é um feriado religioso em muitos países, com diferentes costumes e tradições.
Significado da Sexta-feira Santa:
- Morte de Jesus: Dia de luto e reflexão sobre o sacrifício de Jesus Cristo para a redenção da humanidade.
- Vitória sobre a morte: Dia de esperança na ressurreição de Jesus e na vida eterna.
- Penitência e conversão: Dia para se arrepender dos pecados e buscar a reconciliação com Deus.
Celebrações da Sexta-feira Santa:
- Liturgia da Paixão: Celebração solene na Igreja Católica, com leitura dos Evangelhos, orações e adoração da cruz.
- Procissões: Encenações da Paixão de Cristo pelas ruas.
- Via Sacra: Meditação sobre as últimas 14 etapas da vida de Jesus antes da crucificação.
- Jejum e abstinência: Práticas de penitência em algumas tradições.
Importância da Sexta-feira Santa:
- Momento de reflexão sobre o significado da morte e ressurreição de Jesus para a fé cristã.
- Oportunidade para fortalecer a fé e a relação com Deus.
- Tempo de luto, mas também de esperança e renovação.
Observação: Nem todos os cristãos reverenciam ou fazem ritos e manifestações focadas apenas numa sexta de cada ano. Geralmente, um cristão que compreendeu qualquer mensagem impactante sobre a obra de Cristo na cruz e teve seus olhos espirituais abertos, abraçou uma fé viva e passou a aprender cada vez mais sobre tudo isso e sobre a esperança que nos aguarda se formar fiéis seguidores de Cristo. Agora, falo pela igreja da qual faço parte e por muitas outras também que se alinham aos ensinos bíblicos. Rememoramos todos os dias tudo que Cristo fez e somos gratos o tempo todo por cada dia em sua maravilhosa presença. Oficialmente, celebramos em cultos denominados de "Ceia do Senhor" tanto a sua morte vitoriosa, quanto sua ressurreição poderosa. Simbolizados no pão e no suco da videira, participamos do sangue purificador e do seu corpo que é a Igreja. É o símbolo da nossa admissão no corpo espiritual do Cristo Vivo pela purificação de nossos pecados em seu sangue derramado na cruz.
"Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha." 1 Coríntios 11:23-26
Aqui o objetivo é não somente rememorar tudo que Cristo passou, mas sim anunciar o que ele fez por todos. Fazendo isso "todas às vezes" não temos porque guardar dias específicos para estar lembrando desses dias. Sempre em cada dia da minha vida eu nunca me esqueço da sua morte e sacrifício, mesmo que não estive lá presenciando tudo quanto está escrito. Eu sempre agradeço com temor e amor no meu coração e aguardo com fé e perseverança o grandioso dia de sua vinda, que mesmo isso as pessoas querem deturpar e distorcer. Mas a grande pergunta incômoda para qualquer devoto de dias santos como este é: Você necessita de fato de dias e imagens para se lembrar da morte de Cristo?. Por que a maioria dos cristãos no mundo, dependem exclusivamente das Escrituras e do Santo Espírito para se lembrarem desse fato histórico? Algo de errado nunca esteve certo em tudo isso. Calma, respira.
Descrição nos Evangelhos
No relato dos discípulos e apóstolos de Jesus Cristo, temos apenas os registros históricos de sua morte. De fato, aconteceu numa sexta-feira, onde ele foi julgado, incriminado, condenado e crucificado. Foi falsamente acusado pelos líderes religiosos da nação judaica como sendo um pervertedor da ordem pública romana e da fé deles. Depois foi capturado pelos soldados romanos no Getsêmani e levado para julgamento no sinédrio. Levantadas falsas testemunhas, foi incriminado como blasfemo e fazendo um grande teatro hipócrita sobre ele, o entregaram aos romanos. Sendo a lei maior, dos governos romanos; ele foi passado de autoridade para autoridade e ninguém achou nele culpa alguma. Porém, os líderes religiosos, conduzidos por Satanás, alvoroçaram a multidão que, pressionando Pilatos, soltou Barrabás e mandou açoitar e crucificar Jesus Cristo. Após horas de humilhação pública, dores inimagináveis e muito sofrimento, ele pediu perdão de Deus sobre os romanos que não sabiam o que faziam e expirou, entregando seu espírito ao Pai. Não citarei todas as versões desses relatos, por serem muitos versículos e cogito focar no essencial, mas você pode conferir em detalhes com todas as variações entre eles aqui:
1. Mateus 26:47-27:66 - Descreve a traição de Judas, a prisão de Jesus, o julgamento diante do Sinédrio e de Pilatos, a crucificação e a ressurreição. Ênfase na realeza de Jesus e no cumprimento das profecias messiânicas.
2. Marcos 14:43-15:47 - Relato mais conciso, focando na ação e sofrimento de Jesus. Descreve vividamente a agonia de Jesus no Getsêmani e a crueldade da crucificação.
3. Lucas 22:47-24:53 - Narração mais extensa, com detalhes sobre a compaixão de Jesus e o arrependimento de Judas. Descreve a conversão do centurião romano e a aparição de Jesus aos discípulos após a ressurreição.
4. João 18:1-21:25 - Perspectiva teológica mais profunda, focando no significado da morte de Jesus como redenção da humanidade. Descreve longos diálogos entre Jesus e Pilatos, e a aparição de Jesus a Maria Madalena.
Creio que todo ser que guarde esses dias de um forma religiosa e cultural, deveria, no mínimo nessa data, ler um dos relatos acima para realmente ter uma consciência vívida espiritualmente de como tudo aconteceu e sentir o toque do Espírito Santo. Quem sabe Deus não desperta alguns religiosos a uma conversão legítima e guardem essencialmente a consideração pela morte do Senhor todos os dias de sua vida e não apenas numa sexta-feira específica. Que assim seja!
Sexta-feira Santa?
Todo leitor das Escrituras sabe que realmente a morte de Cristo aconteceu numa sexta, não "sexta-feira". Aproveitarei a brecha para tratar também dessa questão do título "sexta-feira santa" que é naturalmente controverso. A palavra "feira" nos dias da semana tem origem no latim "feria", que significa "dia de descanso". No antigo calendário romano, cada dia da semana era dedicado a um deus ou planeta, e as "feriae" eram dias festivos em homenagem a essas divindades. Com a cristianização do Império Romano, a Igreja Católica adaptou o calendário romano e substituiu os nomes dos deuses pelos nomes dos santos. No entanto, a palavra "feira" foi mantida para indicar os dias de descanso. Em alguns países, como a Espanha, os dias da semana ainda são nomeados em homenagem aos deuses romanos. É importante notar que, embora a palavra "feira" signifique "dia de descanso", nem todos os dias da semana são considerados feriados religiosos. No Brasil, por exemplo, apenas o domingo é considerado um feriado religioso nacional. Veja mais alguns detalhes cabulosos com respeito aos dias da semana como temos hoje em dia:
- Dies Lunae - Dia dedicado à Lua (Lua): Segunda-feira
- Dies Martis - Dia dedicado a Marte (Marte): Terça-feira
- Dies Mercurii - Dia dedicado a Mercúrio (Mercúrio): Quarta-feira
- Dies Jovis - Dia dedicado a Júpiter (Júpiter): Quinta-feira
- Dies Veneris - Dia dedicado a Vênus (Vênus): Sexta-feira
- Dies Saturni - Dia dedicado a Saturno (Saturno): Sábado
- Dies Solis - Dia dedicado ao Sol (Sol): Domingo
Na mitologia romana, Vênus era a deusa do amor, da beleza, da sexualidade, da fertilidade e da prosperidade. Era equivalente à deusa Afrodite na mitologia grega. Não entrarei no modo "conspiratório frenético" aqui e conectar o dia em si com idolatria, pois todos usamos desses títulos adulterados infelizmente e sei que nem todos que citam e usam, o fazem num ato de devoção a deusa Vênus. Porém, "sexta-feira santa" com ares de "dia santo dedicado a deusa Vênus" já destoa longinquamente do sentido pensado pelos religiosos que fazem distinção tão especial nesse dia. Mas não fique alterado, sei que está alegando santificar-se para Cristo e não a Vênus. No tocante às Escrituras, temos apenas "primeiro dia, segundo dia, terceiro dia", etc. Isso foi bem antes das invencionices romanas.
E preciso completar que posteriormente, o bispo Martinho de Braga, em Portugal, propôs a substituição dos nomes dos dias da semana que ainda tinham origens pagãs por termos relacionados ao comércio e à feira. Mas enfim, não temos tais títulos nos dias registrados nas Escrituras. Veja os textos que apontam que foi de fato numa sexta que Cristo foi condenado e morto. A sexta, como conhecemos hoje, era tido como o dia da preparação que antecedia o sábado, quando não se podia fazer nada segundo o costume judaico.
"No dia seguinte, que era o dia seguinte à preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus perante Pilatos." Mateus 27:62
"E, chegada a tarde, porquanto era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado," Marcos 15:42
"E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado." Lucas 23:54
"Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados." João 19:31
Para ninguém pegar no meu pé por esse detalhe sórdido. Foi apenas uma observação perturbadora e que me veio à mente sobre a "sexta-feira santa". Não precisa me crucificar em seus pensamentos. Verdades são apenas verdades e fatos sempre serão fatos.
O Peso da Morte de Cristo
A crucificação era uma forma de execução cruel e dolorosa, reservada para criminosos considerados os mais perigosos. A vítima era pregada em uma cruz de madeira, com os braços estendidos e os pés pregados juntos. O peso do corpo causava intensa dor nas articulações dos ombros e dos pés. A respiração era dificultada pela posição dos braços, levando à asfixia gradual. A perda de sangue, devido aos ferimentos causados pelos pregos, também contribuía para a morte. A agonia da crucificação podia durar horas ou até dias. Dor intensa e agonizante em todo o corpo. Dificuldade para respirar. Desidratação. Hemorragia. Fadiga muscular. Choque. Insuficiência cardíaca e respiratória. A causa da morte na crucificação geralmente era uma combinação de asfixia, hemorragia e choque. A morte podia ser acelerada por fratura das pernas, que dificultava a respiração ainda mais. Em alguns casos, a vítima era golpeada com uma lança para garantir a morte. A crucificação era uma forma de execução brutal e desumana. A descrição científica e médica da crucificação de Jesus Cristo ajuda a compreender a magnitude do seu sofrimento.
Os detalhes acima são mais profundos tecnicamente e ao imaginar como tudo aconteceu junto às descrições no Evangelho, sentimos ainda mais tristeza pela forma como nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo morreu injustamente por nós. Mas o objetivo de tais descrições não é apenas causar emoções passageiras, mas uma conscientização na alma de cada leitor. Todos precisam entender da forma mais profunda possível, que Deus, o Filho, deixou toda sua glória e esplendor divinos e viveu humano como nós, sofrendo já uma vida como qualquer de nós e terminando nesse sofrimento todo, por cada um de nós. Não foi apenas uma rixa com religiosos que o levou a tanto sofrimento. Menos ainda um criminoso morrendo por seus delitos e crimes, foi o Criador de todas as coisas, sofrendo e morrendo em nosso lugar por nossos pecados que nos garantiam a morte! Ele passou cada segundo ali sofrendo por mim e por você! Não foi uma narrativa, alegoria ou fábula como pobres ateus acreditam em sua mentes limitadas ao mundo perecível e passageiro. Foi real! Aconteceu historicamente! Teve alcance mundialmente na vida de muitos que creram nele!
A Esperança da Ressurreição de Cristo
Agora vamos ao prazeroso momento de ler textos bíblicos sobre o assunto? Nem vou me ater a essa questão religiosa de datas, pois sabemos bem o que as Escrituras nos ensinam sobre isso. Para todo cristão convertido de fato, transformado pelo Espírito Santo e espiritual, Paulo diz não haver motivo para polêmicas entre dias e dias no que diz respeito a datas religiosas. Ele cogita se trabalhou em vão entre os crentes da Galácia por estarem com velhos costumes de guardar dias, meses e anos. Houve e ainda há, infelizmente, cristãos que debatem e contendem com respeito há dias especiais e diferentes no sentido estritamente religioso, como a guarda do sábado e dias santos como a Sexta-Feira Santa. Ele conclui que ninguém deve julgar ninguém se acha um dia mais especial que outro em qualquer circunstância. Se não há pecado nisso, deixe o irmão guardar o dia que quiser e fazer o que bem entender nele, desde que não seja pecando. O próprio Senhor Jesus deixou claro sobre a inversão de entendimento dos judeus com respeito ao sábado, que foi feito para eles e não o contrário. Eles estavam servindo ao sábado de certa forma.
"Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus." Romanos 14:5,6
"Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco." Gálatas 4:9-11
"E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor." Marcos 2:27,28
Embora saibamos que Cristo passou por tudo que passou numa "sexta-feira" e isso está registrado nas Escrituras, não devemos, de forma religiosa e restrita, nos prender a um sentimento de luto e reflexão meramente humanos e no campo do sentimentalismo. Infelizmente isso é um fato entre muitos religiosos que guardam tais tradições. É inegável que eles se preparam, jejuam, evitam comer certos alimentos e outras práticas, nesses dias específicos, à semelhança dos judeus que guardavam o dia de sábado e isso é meramente um ato religioso sem a essência do que tudo isso que Cristo passou deveria produzir em cada ser humano! Todo objetivo da morte e ressurreição de Cristo, gira em torno de morrermos simbolicamente com ele no batismo e ressuscitarmos uma nova criatura também com ele, por meio da pessoa do Espírito Santo. Isso implica em deixar nossa velha vida de pecados e vícios e carregar essas verdades sempre em nossos corações e não apenas estar de luto e reflexivo apenas nesses dias! O cristão convertido genuinamente tem que avançar no conhecimento de Deus e não viver de rudimentos religiosos! Morremos também com ele no ato batismal simbólico e já ressuscitamos como ele também!
"Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça." Romanos 6:6-13
"Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos." Colossenses 2:12
"Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno." Hebreus 6:1,2
O cristão não deve ignorar completamente o fato histórico da morte de Cristo. Mas também não deve se ater a esse dia num loop temporal como se isso só importasse em cada "sexta-feira santa" anual, como fazem muitos religiosos. Embora isso tenha se tornado uma cultura e ainda creio haver quem guarde tais dias com coração devotado, mas não tem como negar que muitos não são convertidos de fato ao Cristo vivo! Inegavelmente a maioria que guardam tais dias com tais sentimentos meramente religiosos não se atentam ao que dizem as Escrituras sobre como deve ser a vida de quem morre e ressuscita com ele. Ademais disto, o próprio Senhor Jesus, não motivou ninguém a viver de cabeça baixa, rememorando tal dia de sua morte como um ato religioso e cheio de cerimonialismo. Cristo advertiu as mulheres que choravam por tudo que viam ele passando, para chorarem pelo que haveria de vir. Também enfatizou que os discípulos viveriam uma breve tristeza pelos eventos que se desdobrariam, porém, depois de sua ressurreição, teriam alegria do Espírito Santo que ninguém lhes tiraria! Ele sempre deixou claro que deveria passar por tal morte cruel, porém não era razão para seus seguidores ficarem de luto eternamente por isso!
"E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam nos peitos, e o lamentavam. Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos. Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram! Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos." Lucas 23:27-30
"Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite. E lembraram-se das suas palavras." Lucas 24:6-8
"E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?" Lucas 24:25,26
"Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo. Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará." João 16:20-22
Ele não está mais morto e muito menos foi um morto qualquer. Lembremos que tudo foi planejado desde a fundação do mundo, inclusive a sua morte para nossa redenção! Ele sempre esteve no controle da própria existência! Ele se entregou e deu sua vida para morrer de forma tão cruel por amor as suas criaturas! Pedro, sentindo pena de Cristo por lhes revelar sua morte, acabou sendo usado pelo Adversário tentando desviar ele do objetivo. Essa pena é diabólica e visa desviar o foco do plano de Deus na morte de Cristo! Ele teria que morrer! Como o Cordeiro do sacrifício, foi ofertado em ato voluntário por nossos pecados!
"E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens." Mateus 16:22,23
"Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai." João 10:17,18
"E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo." Apocalipse 13:8
Enfim, se de fato, lemos com o coração e não apenas com os olhos. Refletimos com o espírito e abrimos nosso ser para o Espírito Santo fazer uma obra real de conversão. Atingimos os objetivos de Deus em tudo isso! Caso contrário, por mais fervoroso que você seja nessas "datas santificadas" e tidas como especiais, jejue e faça quaisquer sacrifícios, mas continue falando mal das pessoas, fofocando, mentindo e traindo seu cônjuge, será tudo em vão e não passará de um mero religioso devotado. Não que todos sejam perfeitos, mas como se faz necessário explicar tais rudimentos, explicarei. Certa feita um amigo católico me questionou qual seria a diferença entre nós protestantes evangélicos e eles católicos. Eu disse que embora tenhamos falhas e reconheçamos isso, nós que realmente somos convertidos e queremos mudar, buscamos sempre aprender e melhorar para a glória de Deus. Os católicos, em sua maioria, desfrutam e se lançam aos prazeres carnais deliberadamente. Eles vão à missa e ao saírem, fumam, bebem ou vão se prostituir, entre tantas outras coisas que justificam e simplificam quando as Escrituras nos advertem a não fazer. Isso não é acusação, é fato! Devemos santificar a Cristo em nossos corações e não apenas nos lábios. Se continua usando seu corpo para o pecado, é meramente um religioso preso a tradições e costumes acerca de datas sem real significado e mundança.
"Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído;" Isaías 29:13
"Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e os farei membros de uma meretriz? Não, por certo. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. Fugi da fornicação. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que fornica peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." 1 Coríntios 6:14-20
Considerações e Conclusão
Já concluo esclarecendo que não é um artigo final sobre o assunto e muito menos minha intenção é condenar qualquer religioso devoto dessas coisas ao inferno. Porém, não abro mão das verdades que as Escrituras deixam exposto aos olhos de qualquer leitor. Cristo morreu por nossa culpa! Por nossos pecados! Para que compreendendo isso, não somente sentíssemos o luto passageiro, mas que a partir daí, nos convertêssemos a ele seguindo em frente, nascendo de novo! Como mortos para o passado, não temos mais que andar como andávamos, não conhecemos mais as pessoas como dantes também. Paulo coloca o próprio Cristo, humano que já não o conhecemos mais dessa forma. O que ele teve que viver e fazer como homem, está cumprido, como ele mesmo disse e não precisamos revisitar isso da mesma forma que antes. Após este sentimento de tristeza e consideração pela morte do nosso Salvador, devemos mudar de mente e os rumos de nossa vida e passando pelo ato simbólico e público do batismo nas águas, sermos sepultados com ele para buscar uma vida de santidade e aguardar com esperança a sua vinda. Cada um acredita no que bem entender e faz tudo como bem achar que é segundo seu entendimento, mas as Escrituras não mudarão por conta disso no final.
"Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados. E toda a província da Judéia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados." Marcos 1:4,5
"Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo. Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação." 2 Coríntios 5:16-19
"Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz." Colossenses 2:12-14
Embora saiba que alguns religiosos romanos atentem também para o fato histórico de sua ressurreição e a celebram em esperança. Não tem como ignorar as verdades bíblicas que pesam ao coração de quem as lê no tocante a estes acontecimentos. Ele não morreu e ressuscitou apenas para que considerássemos isso apenas como dias memoráveis religiosos praticando jejuns, sacrifícios, teatros, palestras, pregações e tantos arranjos que fazemos. Nada disso é pecado, porém, se nos desvia ou mantém longe do real objetivo pelo qual Cristo morreu e ressuscitou, é tudo em vão e passageiro. As pessoas irão se contristar com sermões e palavras sobre o tema, os mais religiosos não comerão carne e refletirão sobre o assunto e passados tais dias, estarão novamente fumando, bebendo, se prostituindo em todos os níveis, usando drogas, entre outras práticas pecaminosas condenáveis pela Palavra de Deus e que não convém a uma nova criatura em Cristo Jesus, praticar. Há quem lamente a dedicação perdida a essas datas ao longo dos anos pelas novas gerações e o fluxo terrível com que vivemos nossas vidas, mas resumo novamente. Comer, beber, se alegrar com familiares e entes queridos pode ter sua cota de benefícios, porém, sem atingir o foco de Deus é tudo meramente humano, carnal e vão como ato religioso e espero falar sobre religião em breve.
"Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã." Tiago 1:26
Resolvi abordar mais esse feriado cultural religioso mundial que a maioria das pessoas guarda meramente para descanso e curtição e outros de uma forma mais devota. Não quis deixar passar do dia, pois perderia a graça pesquisar e falar sobre o assunto depois. Mas espero que não tenha se ofendido com as verdades expostas aqui. E que reconsidere como tem tratado tais dias e o ato histórico, literal e espiritual que Cristo realizou em sua morte e ressurreição. No demais, Deus abençoe sua vida e família e que possamos nos lembrar do sacrifício de nosso Salvador não somente em uma sexta religiosa por ano, mas em cada dia de uma nova vida diante dele. Que busquemos andar humildemente perante ele e fugindo da aparência do mal. Deixemos toda religiosidade no sentido mais cego da palavra e abracemos a Palavra viva de Deus que liberta a todo homem de seus hábitos automáticos e que recebeu por tradição somente. Que haja em todo o homem uma experiência real com o Cristo Vivo, que já não é mais o corpo morto perdurado numa cruz, mesmo em uma singela idolatria nas paredes das casas. Se inscreva para receber novos artigos e compartilhe com quem ainda não entendeu o significado, foco e objetivo da morte e ressurreição de Cristo.
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Catolicismo Romano