Mateus escreve para mostrar que Jesus é o Messias esperado, que inaugura o Reino de Deus e cumpre as Escrituras. Ele destaca a autoridade de Jesus como mestre, profeta e rei, enquanto também enfatiza sua humanidade e sacrifício vicário. O evangelho conclama os leitores a seguirem a Jesus em obediência e fé, participando do Reino que ele veio estabelecer.
Estudo Resumido sobre Provas da Trindade no Livro de Mateus
O Evangelho de Mateus, escrito em grego koiné, apresenta claras evidências que apontam para a doutrina da Trindade. Embora o termo “Trindade” não apareça explicitamente no Novo Testamento, Mateus oferece uma rica base textual que revela as três pessoas da divindade — Pai, Filho e Espírito Santo — em interação e unidade, sugerindo a natureza triúna de Deus. Este estudo explora essas passagens no texto grego original.
1. A Fórmula Batismal (Mateus 28.19)
No final do Evangelho, Jesus dá a Grande Comissão, incluindo uma fórmula batismal trinitária: “Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai (πατρός) e do Filho (υἱοῦ) e do Espírito Santo (ἁγίου πνεύματος).”
Aqui, as três pessoas da divindade são mencionadas em igualdade e distinção. O uso da preposição εἰς (“em nome de”) conecta os três nomes como objeto único, sugerindo uma unidade essencial entre eles. Essa passagem é uma das declarações mais explícitas da Trindade no Novo Testamento.
2. A Encarnação e o Papel do Espírito Santo (Mateus 1.18-20)
No relato da concepção virginal de Jesus, Mateus destaca o papel do Espírito Santo:
“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo (ἐκ πνεύματος ἁγίου).”
O uso de ἐκ (“de”) sugere que o Espírito Santo é a fonte direta da concepção milagrosa de Jesus. Esta passagem sublinha a distinção entre o Espírito Santo e o Filho, enquanto ambos são tratados como divinos. O contexto também implica a participação do Pai na obra redentiva, pois é YHWH quem envia o Messias.
3. O Batismo de Jesus (Mateus 3.16-17)
Durante o batismo de Jesus, Mateus relata a manifestação simultânea das três pessoas da divindade: “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água; e eis que se abriram os céus, e viu o Espírito de Deus (τὸ πνεῦμα τοῦ θεοῦ) descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado (ὁ υἱός μου ὁ ἀγαπητός), em quem me comprazo.”
Nesta cena, o Filho é batizado, o Espírito Santo desce visivelmente, e o Pai fala do céu. A distinção entre as três pessoas é clara, mas elas atuam em harmonia perfeita, revelando a unidade intratrinitária.
4. As Tentativas de Satanás e a Afirmação da Divindade de Jesus (Mateus 4.3-10)
Durante as tentações no deserto, Satanás questiona a identidade de Jesus, chamando-o de “Filho de Deus” (υἱὸς τοῦ θεοῦ). Jesus responde citando as Escrituras, reafirmando sua submissão ao Pai enquanto mantém sua própria divindade. Por exemplo, em Mateus 4.10, Jesus diz: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.”
Aqui, Jesus demonstra sua distinção do Pai, mas também sua igualdade ontológica, por aceitar adoração como Deus (cf. Mateus 14.33).
“Então aproximaram-se os que estavam no barco, e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus.” Mateus 14:33
5. O Ensino Sobre o Espírito Santo (Mateus 10.20)
Em seu discurso missionário, Jesus promete o auxílio do Espírito Santo aos seus discípulos:
“Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai (τὸ πνεῦμα τοῦ πατρὸς ὑμῶν) é que fala em vós.”
Essa passagem conecta o Espírito Santo ao Pai, indicando que o Espírito age como representante divino. A distinção entre o Espírito e o Pai é clara, mas ambos são tratados como divinos, reforçando a pluralidade dentro da unidade.
6. A Confissão de Pedro e a Identidade de Cristo (Mateus 16.16-17)
Pedro confessa Jesus como o Cristo, o Filho do Deus vivo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo (σὺ εἶ ὁ χριστὸς ὁ υἱὸς τοῦ θεοῦ τοῦ ζῶντος).”
Jesus responde, atribuindo esta revelação ao Pai: “E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
Aqui, Jesus é reconhecido como o Filho, distinto do Pai, mas igualmente divino. O Pai é o revelador, enquanto o Filho é o objeto da revelação.
Considerações e Conclusão
O Evangelho de Mateus contém numerosas referências que apontam para a doutrina da Trindade. As três pessoas da divindade — Pai, Filho e Espírito Santo — são apresentadas como distintas, mas unidas em essência e propósito. Essas passagens fornecem uma base sólida para a compreensão trinitária no Novo Testamento.
Fontes Utilizadas
- Nestle-Aland, Novum Testamentum Graece (NA28).
- BDAG (A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature).
- France, R.T. The Gospel of Matthew . The New International Commentary on the New Testament.
- Carson, D.A. Matthew . Expositor's Bible Commentary.
- Beale, G.K., & Carson, D.A. Commentary on the New Testament Use of the Old Testament .
Ótima reflexão de tarde, e um ótimo estudo, que Deus abençoe, meu primo Ricardo, que ele te use grandemente para trasmitir a palavra dele! Amém! 🙏🏽
ResponderExcluirOh primo, que satisfação ter você comentando aqui no meu espaço de estudos! Obrigado pela presença e pela torcida! Ore por mim e sempre que puder e quiser, sinta-se a vontade em comentar no Verdade Urgente! Deus abençoe sua vida primo! A paz de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!
Excluir